O menos convencional e o mais pessoal

Foto: Arthur Freitas

Hoje liberamos Argentina, Me Desculpe (2015).

Dessa vez, não tem data especial, aniversário de lançamento, primeiro festival, último dia de filmagem, ou qualquer coisa do tipo. Essa semana, com orientador, estipulamos o primeiro dos prazos do mestrado. Os próximos meses trarão pelo menos 30 autores para ler ou reler, 200 páginas para escrever, mudança de estado, artigo de livro, projeto de tese e, como se isso não fosse suficiente, uma dissertação para entregar. Além de outros trabalhos: hoje, por exemplo, uma curadoria de festival em Bangladesh. Ou seja, como o filme já estava em fase final de distribuição, a relação "tempo investido x possíveis seleções" não compensava mais. Se Argentina, Me Desculpe receber convites de exibição, ótimo; se não, ótimo também. A partir de hoje ele está oficialmente livre, e antes só deixo agradecimentos finais à equipe.

A Sofi, por trazer a Pilar o sotaque, a argentinidade e a sensibilidade que, como não atriz, só uma torcedora do San Lorenzo poderia conseguir. A Luana, por ser Sofia desde o momento em que vi sua primeira foto, e por lidar de forma tão generosa com um método de produção pouco usual e pouco prazeroso para quem atua. A Saul, designer pelo terceiro filme seguido, mesmo quando o tempo passou a ser seu maior luxo. A Camila, que já quebrou galho de cozinha vegana a empréstimo de carro, em mais de um filme, também pelo figurino e maquiagem. A Arthur, pelas imagens, dedicação e abnegação em períodos turbulentos, pela participação direta ou indireta em todos os filmes que já fiz, enfim, pelos 12 anos de amizade. A Bruno, que co-roteirizou o filme, por falar das duas perdas com precisão e sentimento que, quando me afastava do texto, sentia vontade de dizer: "gostaria de ter escrito isso".

O muito obrigado é a vocês e a todos que contribuíram para o filme existir, esse experimento que precisava, mais do que todos outros, da confiança em algo mais abstrato. De longe, o filme menos convencional. De perto, provavelmente, o mais pessoal.

Por fim, espero não precisar pedir perdão a ninguém além da Argentina. Que o filme possa, de alguma forma, tocar outras pessoas.

Argentina, Me Desculpe: https://vimeo.com/130744418